sábado, 23 de julho de 2011

Do ar ( e outros demônios )


Entre os espaços do meu amor
Corre veloz
Um ar menina
Fresco e sem perfume

E que convida sereno
Ao vôo festa solitária
Dos espíritos livres, dos espíritos alegres
Em seu mundo perigoso
De liberdade vitoriosa e ofensiva

Se equilibra elegante na corda tensa
acima dos prédios e dos carimbos,
meu amor coragem
Para poder morder a vida sem culpa
Com pés descalços na terra 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Cotidiano

Hoje o anjo da aventura veio me visitar
e o vento de suas  asas terríveis
fez voar os meus papéis e o meu silêncio,
emaranhou os meus cabelos
e quebrou minhas porcelanas.

Subi na montanha mais alta,
tentando observar as ruínas de casa,
mas ele me achou de batom vermelho e nua
e sua gargalhada medonha
me fez rolar de volta ao chão.

Dançando seu butoh tal anjo  –sempre criança e velho conhecido – sussurrou a plenos pulmões:
-Não vim trazer a paz, mas a espada!
E me deixou serena
E Mãe
de mais um alvorecer.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Da série ... o deus das miudezas





Ando sentindo uma alegria moleca que é quase  triste
De gosto de  chuva miúda
de vento no rosto
E frágil como o acordar de um sonho bom

E que tem cheiro de paz sem porquê
E que é tão velha e contrária ao mundo ordenado
Que não acha nem língua prá se dividir
( Talvez numa xícara de chá ... )

O feminino que ri