domingo, 7 de outubro de 2012

Sim, Breton, a beleza será convulsiva ou não será


Nas noites quentes sou cigana

danço nas bordas caóticas

o território da paixão e do deslumbramento

em que eu-bicho-ventania&exclamação, sou médium atravessada pelas coisas-seres dos mundos

E digo sim ... sina-mulher de abertura

E me recrio, eu-mais-que-eu fogo e água...

 

Nas noites quentes sou o gozo de santa Tereza e Juana Inês

(e rezo para que me livrem do eu-família, eu-vestido-de-instituição, torre-pai fechada )

Sou mais pro lobo e matilha

Subverto a razão e vivo num mundo estético

o amor de Frida Kahlo & o Abaporu.

 

Nas noites quentes sou a loucura do feminino

e sua dimensão criadora

calor e só

Fruta, fruto & paz.


“Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.”
(Shakespeare)