sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Giro de Exu



 


A voz do tempo, misteriosa e precisa
Mandou que eu construísse minha casa na fronteira dos mundos
E que cantasse para embalar a angústia da travessia.
Um quarto estreito e a cama de um desvario
Fome de poeta é parir o silêncio...

Entre um jardim para lançar as sementes
E o desejo de comer todos os frutos, violar as leis e amar o horizonte
Nascem as flores azuis das águas das chuvas
e os espaço
s de um novo mundo, de outros sentidos.
Terra vagabunda e sem compromisso
Para se saudar o vôo descabido dos pássaros.

E ainda é primavera...e a lua é cheia...
tempo de contaminação -a coragem de afetar e ser afetado
De usar o giro Exu mensageiro entre o material e o volátil
prá vestir minha roupa de xamã-mulher
atravessar dimensões paralelas E voltar E contar estórias

Na imagem-manhã  intuída, um novo cosmos
Em que se pode ser mar, carneiro, água, um rio na África, seios fartos e Iemanjá
A exuberância do vinho & o sacrifício da uva
O mistério-beleza de ser a folha e ser o santo!