terça-feira, 28 de maio de 2019

Não sou uma mulher, sou continuação de águas
Escuras
Que escondem cidades antigas
Em festa profana
Ecos de uma gente
Que dança futuros.
Apenas irmã da palavra
Que brota trôpega
no espanto de ser.
Não sou uma mulher, apenas noite de chuva
Quando só se bebe vinho


Ardendo em paz.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

BLASFÊMIA
Tire o seu silêncio do caminho, que eu quero passar com minha flor!
Somos a experiência das palavras que ousamos
Diálogos complexos, operações criativas entre várias matrizes de sentidos, rios caudalosos que abrem espaço ou água fresca para instigar novos fluxos
Há silêncios barulhentos e impositivos-incapacidade disfarçada de virtude, bloqueios anti-poéticos, sentenças de morte.
A palavra-corpo permite imanência (a escolha do prazer!)
O olhar sobre si mesmo só pode ser exercido por alguma linguagem que crie pontes ou... o peixe se perde na névoa!
A voz interior, se honesta, é simples e realiza o destino-de-voz: falar! O resto... talvez impotência (& prosa)
(Se o silêncio interior quer consciência, a consciência só é consciência ao entrelaçar pedaços de mundos - & todos os riscos - e dize-lo: uma interioridade viva, fala! A falta de interioridade...nada tem a dizer. Cala. E rompe laços – aquilo que acrescenta novas enzimas aos bons caldos).
E sim, falam-se palavras, ainda que doidas. Melhores se poéticas - as únicas palavras de fato originais e criadoras. Um caminho perigoso sim... (Não à transcendência!) Para que um dia sejamos belezas?
Palavra-mistério.
Falar como exercício de ser é se parir num mundo estético!