quarta-feira, 6 de abril de 2011

Umbigo do mundo

Hoje levantei de um sonho antigo
Como quem, de repente, acorda tarde
E já perdeu todos os compromissos
E já não se lembra mais quem é

Um gosto de fruta madura na boca
No corpo, eletricidade e sangue de uma vitalidade arcaica e ainda por vir
Correnteza de todos os fluxos
E todo o giro da Terra, formigueiro gigante e incansável,
Nas sinapses dos meus nervos acesos

De onde vem a música e o grito jamais ouvido
Fagulha ligeira e volátil
Da vida em estado de arte?
Como seduzí-la, domá-la,
E tal como amante fogozo
torná-la dócil à permanência ?

Lá fora, buzina dos carros e o telefone que toca
Lembrando que o dia já chama
Para o mesmo caminho pelas mesmas ruas
Que levam cada homem para o igual destino

Eu cavalgo feroz meu caminho sem placas
Que leva a ponto nenhum
Onde todo o movimento cessa
Uma tal encruzilhada no umbigo do mundo

Nenhum comentário:

Postar um comentário